27 de agosto de 2013

4 mil visualizações.... e agora?

Estou encantada com a repercussão do último post "Relato de uma Cesarista Arrependida". Em dois dias, foram mais de 4 mil visualizações, uma coisa que jamais havia ocorrido no blog.

Agradeço a todos e todas que deixaram depoimentos, contaram suas histórias, discutiram o assunto mais profundamente, me ofereceram carinho, apoio, coragem. Foi emocionante, empoderador. Me sinto parte de um grande grupo que está se mobilizando para fazer as coisas de um jeito diferente.

Esta energia tão incrível merece ser utilizada! Então eu quero mais informações, outros caminhos, um "Beleza, vamos tentar tornar o parto normal a regra, não a exceção. O que faço agora?"

Bom, a primeira coisa que eu sei que adoraria seria se todo mundo assistisse ao filme. O link da página do Facebook do filme está aqui e os horários e cidades está aqui. Isto vai dar força para o movimento, esclarecer muita gente, ajudar outras pessoas a não fazerem as escolhas que eu fiz.

Outra excelente idéia é ler este post super detalhado sobre os efeitos das diferentes vias de parto da Dra. Luiza Rodrigues, minha maravilhosa irmã, a protagonista de dois partos normais incríveis, médica clínica que estuda Medicina Baseada em Evidências. Apesar de muitos esclarecimentos dela, eu fiz minhas cesáreas, provando que santo de casa não faz milagre mesmo. Precisei de ver o filme para poder entender e admirar as escolhas dela.

Uma das coisas que eu sei que me levou a repensar muitas das questões do filme foi me envolver com movimentos feministas representados no Brasil por grandes blogs como Feminismo Pra Que? , Escreva Lola EscrevaClara Averbuck , e alguns posts do Sakamoto. Abriram meus olhos para o que é o machismo, geralmente de uma maneira interessante, muitas vezes até divertida. Mais feminismo = mais poder para a mulher = menos abuso do nosso corpo e das nossas vontades.

Não sei qual seria o próximo passo. Só sei que fazemos todos (homens e mulheres) parte de um grande grupo de pessoas que pode e vai mudar o mundo. Estou aqui para me juntar com quem quiser dar palpite, divulgar, contar suas histórias, dar novas ideias.

Hoje eu sei que cada uma de nós é parte da solução. Como vamos construir um mundo onde nascer e viver vai ser melhor para todo mundo?

*** SUGESTÕES DOS COMENTÁRIOS ***
(O nome entre parêntesis é da pessoa que sugeriu. Quando não tem é porque o comentário foi Anônimo)

Políticas públicas:
- Ensino sobre o parto normal em escolas como parte da educação sexual (Lulu)

Sites sobre parto humanizado:
- http://vilamamifera.com/
- http://www.euqueropartonormal.com.br/eqpn/
- Grupo no Yahoo chamado partonosso

25 de agosto de 2013

Relato de uma Cesarista Arrependida (Comentários sobre o filme "O Renascimento do Parto")

Assisti ao filme "O Renascimento do Parto". Chorei durante grande parte do filme.

Chorei porque, ao final de cada nascimento por parto normal, eu via o rosto das mães transformando-se:

Sempre me disseram que era isto...


... e hoje aprendi que pode ser isto.

Chorei ao me lembrar que o final de cada uma das minhas duas cesáreas significava o começo de um longo prazo de dores muito fortes. Tenho um baixo limiar de dor, e minhas duas recuperações foram extremamente penosas. Ao final da primeira semana ainda precisava de ajuda para levantar da cama, não podia me abaixar, ajoelhar ou fazer força. Tossir foi doloroso na segunda vez até mais de um mês após a cirurgia.

Chorei ao perceber que parto é uma coisa simples, muito simples, na maior parte das vezes. E os meus tinham tudo para ser. Eu não tinha nenhum motivo concreto para fazer minha primeira cesárea, exceto as "indicações" de que com 40 semanas de gravidez eu ainda não tinha tido contrações, o neném não tinha encaixado e meu líquido começou a baixar. Mesmas "indicações" que minha irmã teria duas semanas antes de dar à luz ao meu sobrinho em um lindo parto normal.

Chorei ao perceber que não tinha nenhum motivo concreto para fazer minha segunda cesárea, seis anos depois da primeira, exceto as "indicações" de que o risco é ligeiramente aumentado e que, se da primeira vez não tive contrações, não teria desta também. Mesmas indicações de três das mães que compartilham seus relatos no filme, e que puderam vivenciar o parto normal na segunda, e na terceira vez, em que foram mães.

Chorei ao perceber que o que me empurrava para a cesárea era o medo, como o filme mostra muito bem, de que eu não seria capaz. Não seria capaz de aguentar a dor das contrações. Não seria capaz de trazer minhas filhas para este mundo de forma segura. Estar anestesiada e colocando a responsabilidade nas mãos dos médicos me fazia me sentir cuidada, protegida, como a incapaz que eu sentia que era.

Chorei por ver que isto me privou de um parto lindo. Privou a mim e às minhas filhas do benefício de uma mãe banhada pela ocitocina, hormônio que nos torna mais amorosas, felizes e pacientes. Me privou de curtir as primeiras semanas de vida das minhas bebês de forma plena, amamentando-as sem sentir dor, dando o primeiro banho junto com o meu marido, andando com elas pela casa ao invés de só carregá-las na cama.

Chorei porque minhas cesáreas, como milhares no Brasil e no mundo, foram desnecessárias. Porque eu tive medo de arriscar sentir uma dor aguda, e acabei sentindo uma dor crônica muito maior.

Choro agora escrevendo este texto, pois sei que esta será uma experiência que não terei, pois não terei mais filhos. Mas tenho duas filhas. E vou lutar, como puder, para que quando for a vez delas, elas possam fazer escolhas melhores e mais bonitas que a minha.

12 de agosto de 2013

Meu Malvado Favorito 2 e a Marcha das Vadias


Já postei no Facebook a revolta que eu fiquei com a cena da Shannon no Meu Malvado Favorito 2 (para detalhes, aqui tem um excelente post em inglês). Neste post, eu quero discutir o que eu e você e a Marcha das Vadias temos a ver com isso.
Shannon transportada pelo Gru e sua companheira...

8 de agosto de 2013

Eu (nao) quero uma casa no campo...

Esta semana bombou no Facebook uma mensagem que se resume em:
1. eu trabalhava demais
2. minha vida era horrível, eu não tinha tempo para nada, principalmente para meus fihos
3. eu descobri a vida no campo, meus filhos tem quintal e não ficam na internet o dia todo
4. hoje eu sou feliz e não volto nunca mais
5. quem não faz isto é porque ainda não achou o caminho da felicidade

Não sou contra este processo, alias, se isto é o que vai te fazer feliz, que bom! Boa sorte, e bora plantar pitanga!

O que eu tenho dificuldade de entender é a relação entre estas coisas. Sim, trabalhar como um condenado e não ter tempo para nada é horrível mesmo. Mas a culpa disto é do fato de que você trabalha demais, e não do fato de que você mora na cidade.

A Última Guerra

 O último mês viu o nascimento do ChatGPT . Pela primeira vez, um programa de computador é capaz de responder à perguntas como um ser humano...