7 de julho de 2013

O corpo é da mulher...

Hoje o post é rapidinho. Só para expressar minha indignação com isto:

Meio cedo para impor papéis para a pobre ciancinha, não???
Sim, aparentemente agora existe algo como "fralda para meninas" (que são princesas, claro, e só podem se vestir de rosa, claro) e "fralda para meninos". Era a marca que eu comprava para minha filha, acabo de mudar para a Pampers em protesto.
Se você acha isto um exagero meu, sugiro:
- Ler o blog Feminismo pra que, no Carta Capital, que discute como as questões de gênero estão moldando o machismo e a violencia contra a mulher, de onde veio a foto abaixo, que mostra a Barbie, e como ela seria se tivesse proporções "reais":
Barbie "normal" e Barbie "normal mesmo"
- Ver Slim Hopes , um documentário brilhante sobre como a mídia impõe uma imagem perfeita (princesas) sobre o corpo feminino, alimentando a baixa autoestima e fazendo das mulheres as maiores compradoras em busca da beleza ideal e inalcançável;
- Seguir e apoiar o Miss Representation , uma organização não-governamental voltada para melhorar a auto estima de garotas do mundo inteiro, cujo lema é "Você só pode ser o que você pode ver", oferecendo alternativas para as garotas.

Rosa e seu capacete de Engenheira...
...e seu carrinho de mão.
No final das contas, boicotei a fralda sexista, porque minhas filhas são minhas princesas, mas também são minhas matemáticas, doutoras, pintoras e engenheiras.

**** Atualização *****
Várias pessoas no Facebook fizeram dois tipos de comentários, que eu gostaria de esclarecer aqui, por ter mais espaço:
1) Adoro e uso estas fraldas, elas são ótimas.
Sem problemas! Aliás, também adoro a qualidade das fraldas. Usei elas com minha filha mais velha (hoje com 7 anos) e usei até agora com a Rosa, que tem 1 ano e 4 meses. Em momento nenhum estou dizendo que a fralda é de má qualidade, ou que você que me lê não deveria usá-las. EU estou boicotando, porque acredito que, como consumidora, minha única força para combater o sexismo na indústria é não comprando produtos que eu acredito que são sexistas. Se você não se incomodou, não tem porque não comprar.

2) Não precisa levar isto tão a sério, é só uma fralda rosa.
Não é só uma fralda rosa. Não tenho nada contra rosa (aliás, minha filha se chama Rosa). Mas me incomoda o fato de que é só rosa.
Quando minha filha mais velha pediu um carrinho de controle remoto de Natal, o único cor-de-rosa era da Xuxa, e só tinha controle para frente e para trás!! Não virava de lado. Ofereci a ela qualquer um dos 40 outros, que, pelo mesmo preço, tinham luzes, andavavam para frente, para tras e para os lados, e faziam sons. Ela me disse que não queria, pois não era de menina, porque não era rosa. Combinei com ela de comprar um vermelho e colar adesivos neles. Mas, ao pintar todas as coisas de rosa, estamos mandando a mensagem para as meninas de que o que não é rosa, não é para elas.
Uma cor só é muito pouco... e para bebezinhos, é muito cedo.

Abraços, e continuemos com a discussão!

4 comentários:

  1. Super bem colocada sua oposição ao sexismo na industria infantil!!! Tbm sou radicalmente contra essa coisa de brinquedo pra menina e pra menino! E se o garoto quiser brincar com uma boneca? e se preferir rosa?? Qual o problema?? Além de criar a crença de fragilidade no sexo feminino, estamos tbm contribuindo para um futuro adulto preconceituoso com relação as diferenças sexuais!
    Adorei seu texto meeeeesmo!
    Bjão. Nina Rodrigues

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    1. OI, Nina!
      esta também é uma das minhas brigas atuais... menos séria do que a do parto, mas quando eu acho absorvente íntimo Always cor-de-rosa com tiara estampada (http://www.caaspshop.com/absorvente-always-pink-protecao-total-suave-com-abas-8un-68749.aspx/p), dá nos nervos!! (Nunca vi princesa menstruar...)

      Abraços, Ana

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  2. Boa tarde Ana, estive lendo alguns dos seus post e achei curiosa sua postura... Algumas vezes você se mostra bem incisiva e radical. Eu concordo em alguns pontos, mas acho também que as vezes valoriza coisas banais. Essa questão da fralda no meu ponto de vista é insignificante, pois a Huggies continua a existir sem distinguir o sexo, e se hoje tem esse tipo de opção é por que houve quem se interessasse e há quem compre, deve haver sim opções para queira comprar, acho desnecessário vc boicotar o uso de um produto que vc considera de qualidade pelos motivos apresentados, certas intolerâncias também não fazem bem para o desenvolvimento de nossos filhos.

    Abraços,

    Ingrid

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  3. Oi Ana... estou gravidinha e me interessando pelo mundo das fraldas, concordo em partes com seus argumentos, a questão do sexismo realmente existe e no momento tenho montado o quarto e pretendo ou melhor vou tentar introduzir alguns métodos montessorianos para brincar com meus filhos em casa, haja vista que estes métodos também não tem lá muita distinção de sexo...mas creio que não conseguirei fugir desta realidade por muito tempo. O caso da fralda Huggies, tenho uma opinião à parte, depois de ler uma pesquisa na revista VEJA e em outros sites, a questão é de anatomia, tendo em vista que as meninas fazem xixi de forma mais centralizada e os meninos para todos os lados, devido a essas diferenças anatômicas, necessitam de um produto anatômico e não um que sirva para os dois sexos. Achei a reportagem bastante esclarecedora, pude notar que as quantidades de xixi também podem variar de um sexo para o outro, mas o que realmente ficou a ser considerado é questão anatômica... às vezes uma fralda unissex, permite que vazamentos ocorram com meninos, mas, são super eficientes em meninas. Gostei do seu post, mas creio que a nova tecnologia das fraldas está mudando e como qualquer outra tecnologia devemos aproveitar destes avanços em prol da criançada! Abração

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