Ontem à noite fiquei tentando fazer Rosa dormir por mais de duas horas.
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Ninguém, ninguém MESMO quer ver isto...
...nem quem ferberiza!
(obs: esta nao é a Rosa...) |
Ela normalmente dorme a meia noite, mas eu queria que ela dormisse mais cedo para que eu pudesse dormir mais cedo. Juliano (maridão) está viajando, o que me faz ter que levantar às 5:45 da madrugada para deixar minhas duas meninas (Alice 6 anos e Rosa 6 meses) na escola antes de ir dar aula.
Tentei todos os métodos. Dei mamadeira, peito, brinquei com ela até ela cansar, ninei no colo, deixei no berço enquanto conversava com ela, vimos televisão juntas, enfim, tudo. Só não tentei o método que acabou funcionando com Alice: deixar chorar, confortando de tempos em tempos, até ela dormir. O que, no mundo das mamães, é conhecido como "ferberizar" por causa do nome do médico que popularizou este método: Ferber.
Toda vez que se fala no assunto, uma disputa acirrada entre as mães aparecem. Tem a turma que jura pela eficiência, que a criança desenvolve auto controle, que fica mais feliz (depois que funciona), e, tem a turma que diz que "jamais teria coragem de deixar o neném chorando sozinho, que é maldade". Tem um
artigo que minha irmã acaba de me mandar, que discute justamente esta polaridade. Quase ninguém se classifica no meio termo.
A frase do artigo que mais me impressionou foi: "Mas como, minha filha, estão dizendo que a Ciência agora mostra que devemos deixar as crianças chorando até que durmam sozinhas? Nós fizemos errado todo esse tempo?" (ela com os três filhos que teve e eu com os meus)
O grande medo é esse: de ser uma mãe que está fazendo tudo errado. Se você está fazendo de um jeito e sua amiga faz do jeito contrário, uma de vocês está errada. Como pode ser possível as duas estarem certas? E, então, cada uma se sente na obrigação de provar por A+B que a outra está errada, gerando este fosso entre as opiniões. Isso acontece com assuntos triviais como marca de fralda (Pampers ou Turma da Mônica é igual Atlético e Cruzeiro entre as mães) até coisas sérias como tempo de castigo, métodos para a criança comer ou o que fazer em caso de febre. Tempo de amamentação e tipo de parto (normal versus cesárea), então, é final de copa entre Brasil e Argentina.
Pois eu acho que tem jeito sim. A resposta está no fato de que são crianças e mães diferentes. O que funciona com uma, não funciona com outra. O que funciona com uma mãe pode ser insuportável para outra. Mas isto não significa que é "maldade", ou "falta de amor". É só diferente. E diferente é bom.
Um amigo meu costumava dizer: "Mãe, mesmo quando está errada, ainda está 50% certa." Ele tem razão. Devemos aplicar isto para todas as mães, mesmo as que não concordam com a gente.
Voltando ao caso específico do deixar chorar, fiz com Alice. Ela tinha 8 meses, e chorava no nosso colo por duas horas. Era um inferno. Ela beliscava meu braço, se contorcia, se machucava e me machucava. Não aceitava chupeta, gritava sem parar. Acabava dormindo de cansaço, de tanto chorar. Decidimos, depois de tentar todas as outras alternativas, tentar o Ferber. Depois de uma semana (que não foi fácil), ela passou a dormir sozinha em 15 minutos. Sem o caos que era antes. Até hoje, seis anos depois, a rotina de sono dela é uma beleza. Ela dá boa noite acordada, sorrindo, e dorme sozinha. Não me arrependo, e sei que não faltou carinho nem amor no processo.
Mas Rosa tem outra personalidade. Apesar de não querer dormir, ela não passa este tempo sofrendo. Se estiver no colo, ou do meu lado (com o pé encostado em mim), ela não chora. Eu não vejo sofrimento e vontade de dormir sem conseguir (como via com Alice). Vejo uma criança que, simplesmente, não quer dormir naquele momento. Fico tentando outras coisas por mim. EU preciso dormir. Mas isto não significa que valha a pena fazê-la sofrer. Por isto eu dou peito, canto canções, passeio pela casa, troco a roupa (será que está com calor), troco a fralda (será que o xixi está incomodando), dou outro peito, troco a roupa de novo (agora ela está soluçando de frio), vejo televisão com ela deitada do meu lado, faço carinho nos pés, balanço ela no escuro caladinha, mais um peito (o terceiro), uma mamadeira (quem sabe o peito já não tem leite).
Por fim, depois de duas horas, desisti de fazer ela dormir às 11:56h, e deitei na minha cama com ela do lado. Ela então, fechou os olhos e dormiu.
** E você? Ferberizou? Nunca ferberizaria? Deixe sua opinião nos comentários!! **