26 de dezembro de 2012

Eu não queria ser Feminista


Tenho acompanhado os posts excelentes de Escreva Lola, Escreva. Feminista brilhante, ela levanta questões fundamentais sobre a violência contra a mulher, direitos humanos, sexo, arte, maternidade e muito mais.

Minha Mente.
Meu Corpo.
Minha Escolha.
Depois de ler uma longa seqüência de posts, me peguei não querendo mais ser feminista, da mesma forma que eu não queria que houvesse pobreza no mundo, ou cadeia, ou guerra.

O fato de que precisamos de lutar para que mulheres não sejam surradas por seus companheiros, para que lésbicas não sofram estupro "corretivo", para que  grávidas em risco de vida possam abortar, para que mulheres e homens sejam igualmente respeitados em trabalhos iguais, tudo isso soa óbvio demais. Eu não queria viver em um mundo onde estes direitos ainda não são, nem de longe, garantidos.

Mas não posso me dar a esse luxo. Tenho que fazer cara feia quando ouço piada machista; tenho que votar em mulheres; tenho que evitar a tentação social de criticar outras mulheres pelo jeito que ela se veste, ou seu comportamento sexual; tenho que encorajar minhas filhas e alunas mulheres a se dedicarem à matemática e às profissões de prestígio, onde ganharão quase o mesmo que seus companheiros homens.

Tenho que fazer isto tudo por mim, por minhas irmãs, por minha mãe, por minhas filhas; e pelo meu pai, meu marido e meus cunhados e sobrinhos, que viverão em um mundo melhor, mais justo e mais feliz.

Feliz 2013, com a esperança de um mundo mais feminino.

2 comentários:

  1. Gostei muito do texto. São não entendi direito a ilustração (seria dizer que o gênero é uma escolha? - não creio)

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    1. Esta imagem para mim resume uma série de escolhas:
      - sobre o aborto
      - sobre não ser obrigada a transar (relacionado à estupro, ao papel da esposa, etc)
      - sobre o controle da própria sexualidade (usar a roupa que quiser, transar com quem quiser).

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