9 de agosto de 2012

Bipolar, eu?


Depois de ler meus posts neste blog (principalmente este post revoltado  [1], ou este post super feliz [2] e este post do dia dos pais ou  este post sobre padecer no paraíso[4]), já deve ter gente querendo me internar, crente de que eu sofro de transtorno bipolar (antigamente chamado de maníaco-depressivo, este transtorno faz com que a pessoa tenha fases alternadas de alegria extrema/ depressão profunda, excitação e empenho em projetos/ desânimo total).

A vida é boa... 
Afinal de contas, eu acho que meu marido faz parte das tarefas domésticas [3] ou não [1]? Que a maternidade é uma experiência ótima [2], ou uma carga pesada demais [4]? A resposta é que sim, e não.

Toda mulher tem dupla personalidade, e eu não sou diferente. Uma delas ama meu marido, a outra se irrita profundamente com as manias dele. Uma adora ser mãe tempo integral, a outra almeja grandes conquistas profissionais. Uma corta o cabelo curto, a outra arrepende. Uma adora beterraba, a outra odeia.

Afinal, é muito difícil decidir estes grandes temas de uma  vez por todas: sou feliz? O que eu quero da minha vida? Eu gosto de beterraba?

... ou não?
Algumas coisas pedem uma revisitação diária, e tem dias melhores que outros. No dia que perdi o emprego que sempre desejei (pela segunda vez), poque estava grávida (pela segunda vez), a idéia de ser mãe em tempo integral parecia a única solução; pior, parecia uma desistência de algo que eu jamais conseguiria de qualquer jeito, e, por isto, era dolorosa e me fazia infeliz. No dia que ganhei uma promoção, e minhas filhas adoraram a escola, e cheguei em casa para um jantar que meu marido tinha preparado, me senti poderosa e livre, capaz de qualquer coisa.

A vida, cheia de pequenas verdades, pode nos fazer bipolares. Alguns de nós reagem à média, vivem uma semi-felicidade (ou infelicidade), variando pouco no dia a dia, abalados apenas nas grandes tristezas ou alegrias. Outros, como eu, sobem e descem ao gosto do momento. Amando as pequenas conquistas, sofrendo horrores com as pequenas tragédias. Tentando ver um sentido maior no todo, mas sabendo que a graça de viver tem que ser conquistada diariamente.

Não dá para querer um lado só, a alegria sem medida ao dançar, sem o choro compulsivo ao quebrar o iPad. Mas eu não gostaria de ser diferente, pois é isto que me faz ser quem sou. 

Ou talvez, pensando bem, gostaria...

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