Está chegando o dia dos pais, e eu gostaria de fazer uma homenagem à dois deles: meu pai Luiz, e meu marido e pai das minhas filhas, Juliano. De formas distintas, estes homens incríveis desafiaram os papéis pré-concebidos que lhe foram impostos, e se tornaram entre outras coisas, pais maravilhosos.
Meu marido Juliano, meu pai Luiz, e meu cunhado Jorge (que também é um ótimo pai!) |
Começo com meu pai. Como pode ser visto aqui, meu pai rejeitou a idéia prevalente do seu tempo de que dinheiro era felicidade, e que o sucesso era medido pelo preço do carro que dirigia. Ao invés disto, resolveu lutar por causas nobres, como a igualdade de direitos, a distribuição de renda e o meio ambiente (em uma época em que falar disto era criminoso, não moda). Ensinou às três filhas mulheres que o lugar delas era na cozinha, nas grandes empresas, na medicina, na faculdade e onde mais elas quisessem. Nos esclareceu sobre sexo, deu conselhos sobre namoro, mostrou livros e filmes que fizeram nossa cabeça, nos ensinou muito. Como avô, reserva seus dias para estar conosco, ou como médico para seus pacientes, para quem também tem sido um pai. Acolhedor, atencioso, inteligente, é a ele que recorremos quando precisamos de conselhos, ajuda, carinho. Ainda hoje luta pelo que é certo, desde se engajar em campanhas para diminuir a estereotipização (tá certo isso?) das mulhereres até apoio aos portadores de neurofibromatose. Um exemplo, uma ótima companhia, um sujeito divertido, esse é meu pai.
Sob as bênçãos dele, me casei com Juliano, pai de nossas duas filhas, Alice e Rosa. Juliano é completamente diferente. Calado, meio tímido, também desafiou o que o futuro queria para ele. Vindo de uma família humilde e sem estudos, conquistou diploma, outra língua, clientes no brasil e no exterior, respeito e admiração de seus pares, uma vida cheia de confortos para nossa família. Mas ele se destaca por outro motivo: Juliano é um pai maravilhoso! Presente, carinhoso, seja brincando de pega, trocando fraldas ou acordando de noite, ele sente e demonstra um amor que eu vejo muito raramente. A emancipação feminina trouxe a dupla, às vezes tripla, jornada de trabalho para as mulheres. Comigo isto também aconteceu, mas eu e Juliano temos 2,5 jornada de trabalho, pois ele chega em casa e assume a casa e as crianças também. Apesar de todas as brincadeiras (sem graça) de amigos, ele troca todas as fraldas, faz mamadeira, põe para dormir, dá banho nas meninas, e acha bom! E eu acho bom também, pois estamos, no final do dia, exaustos juntos.
Neste dia dos Pais, eu queria que todos os pais do mundo fossem como estes dois. Tenho certeza de que teríamos um mundo muito, muito melhor.
Filha querida, não fosse a vontade de percorrer no mínimo outros 36 anos ao seu lado, depois destas suas palavras carinhosas eu diria: pronto! - valeu, posso encerrar o expediente!
ResponderExcluirBeijo grato do seu pai.