20 de setembro de 2012

É tarde demais para ser criança

Como diria Madonna:
"Time goes by so slowly..."
(o tempo passa tão devagar...)

Todo mundo diz é que "nunca é tarde para ser criança". Eu acho que é sim. Ser criança é muito bom, mas agora é a vez das minhas filhas terem este direito.

Eu quero ser adulta, e isso significa que eu não vou correr descalça na pracinha e nem me lambuzar de tinta, mas vou curtir meu sucesso profissional, a reforma do meu armário e os programas de adulto com meu marido. Ficar tentando recuperar a alegria da infância, na minha opinião, é meio bobagem. O prazer das grandes obras de arte, da boa comida, de belo aumento de salário na vida adulta é igual em intensidade a pintar com dedo, comer algodão doce ou andar de bicicleta na infância. Mas, na vida adulta, estas coisas ficam meio sem graça...

Outra coisa que eu não entendo é se agarrar ao sentimento da adolescência. Como se ser adolescente fosse a melhor coisa do mundo! Não sei quanto a vocês, mas minha adolescência foi um inferno! Meu corpo era todo estranho, eu achava que ninguém no mundo me entendia, tinha hora que eu me sentia uma criança idiota, outra eu sentia o peso da responsabilidade de adulto. Não podia sair até tarde, mas queria ter vida social ativa. Um sofrimento total.

Aí vem a fase de balada, nos 20 anos de idade. Muito álcool, ficar acordada até as altas horas da madrugada, beijar na boca e rezar para o menino ligar no dia seguinte. Fora as épocas de vacas magras, onde eu ficava, literalmente, meses sem beijar na boca. Namoros complicados, cheios de brigas e voltas, descobertas de sentimentos, frustração, ralação total na faculdade. Saudades deste tempo? Só dos amigos, que eram muitos e divertidos. Talvez também da quantidade de tempo que eu tinha, mas não sabia.

Hoje, beber demais está ficando chato. Parece que a cada vez que bebo o tempo e a intensidade do efeito do álcool diminuem, e o tempo e intensidade da ressaca aumentam. Já troquei bebidas ressaquentas (cerveja e vodka) por opções mais clementes e interessantes (vinho de boa qualidade), mas o dia seguinte acaba sendo sempre meio estranho, de mal humor, boca seca. Estou decidindo beber pouco. Uma taça de vinho e pronto. Curto o sabor, que eu gosto muito, mas ficar bêbada não faz mais sentido. E aí posso até beber com mais frequência, uma vez por semana, porque sei que vai ser só uma taça (aliás, no Verdemar vende meia garrafa e 1/4 de garrafa de vinhos bons, uma idéia super legal).

E outro direito que tenho me dado é o de selecionar amizades. Não tenho mais idade nem tempo útil para tentar ser amiga de todo mundo, então quero investir mais tempo nas que me dão prazer em estar junto, dar risadas e dividir problemas. Gente como eu, com interesses em comuns. A idéia de uma "melhor amiga" para tudo, ficou para trás. Hoje tenho minha melhor amiga para compras, minha melhor amiga para textos, minha melhor amiga para viagens, minha melhor amiga para o clube, minha melhor amiga para curtir as crianças. Cada uma delas tem um espaço especial na minha vida, e eu na delas, e é bom demais.

Estas mudanças, deixar de ser criança, viver experiências de adulto, me lembram o que meu marido me disse, quando eu perguntei para ele onde estavam os dois quilos a mais que ganhei depois da minha segunda gravidez. Ele disse que minha bunda estava maior (!!!), mas acrescentou:

"Mas isso não é necessariamente uma coisa ruim."

** E você, o que acha? É ou não tarde demais para ser criança? Deixe seu comentário abaixo! **

2 comentários:

  1. Concordo plenamente! Cada idade tem sua graça e não quero voltar atrás, foi, vivemos, nos divertimos, descobrimos. As novas fases (30,40, 50... e por aí vai) me fascinam. Descobrir novas fases, como viver as novas amizades, são gratas surpresas! E não troco os meus 38 pelos 20 que já tive! Bjs

    ResponderExcluir

A Última Guerra

 O último mês viu o nascimento do ChatGPT . Pela primeira vez, um programa de computador é capaz de responder à perguntas como um ser humano...